O ASSASSINO
ERA O ESCRIBA
Paulo Leminski
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético de nos
torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,
conectivos e agentes
da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.
ATIVIDADE:
01) Paulo
Leminski, de forma humorada, cria-nos o perfil do professor de análise
sintática. Qual a visão que o poema transmite do professor de português?
Justifique sua resposta com passagens do texto.
02) Às vezes, as
palavras empregadas em um texto apresentam mais de um valor semântico.
a) Qual figura
de linguagem descreve a frase ou expressão que pode ser entendida de duas
maneiras distintas?
b) O uso dessa
figura de linguagem é adequado para todos os gêneros textuais? Justifique sua
resposta.
03) Explique o
sentido por trás do emprego das palavras destacadas no texto.
04) Com o
auxílio de uma gramática, defina e dê exemplos de todos os termos da sintaxe e
da morfologia sublinhados no texto.
05) Questione a intenção
do eu-lírico de matar o professor de análise sintática (ou melhor, os
professores de língua portuguesa).
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